domingo, 12 de junho de 2011

5a. Linha de Forças Divinas ou Irradiação da Lei

Olorum gera de Si mesmo uma qualidade ordenadora de tudo e de todos, inclusive de Sua geração divina.

Nessa sua qualidade ordenadora Ele gerou Ogum, que é em si mesmo essa qualidade divina de Olorum.

Ogum é sinônimo de Lei Maior, ordenação divina e retidão em todos os sentidos, porque é unigênito e gerado na qualidade ordenadora do Divino Criador.

Ogum não pode ser dissociado da Lei Maior, pois é a Divindade que a aplica em tudo e em todos. Ele é a ordenação divina em si mesmo: ele ordena a fé, o amor, o conhecimento, a justiça, a evolução e a geração, por isso está em todas as outras qualidades divinas.

Ogum, por ser unigênito e ser em si mesmo a ordenação divina, gera em si e de si.

Na sua geração em si ele gera suas hierarquias. Na sua geração de si ele gera sua qualidade, a qual transmite aos seus filhos.

Já comentamos antes, mas vale a pena repetir:
Ogum é a força que ordena tudo e todos, e tanto está presente na estrutura de um átomo, ordenadíssima, como na estrutura divina do Universo, divinamente ordenado.

Sua qualidade ordena a evolução e por isso ele é tido como o senhor dos caminhos (das vias evolutivas).

Seu outro aspecto divino é o de aplicador “religioso” da Lei Maior, que independe de nós para aplicá-la e atuar em nossa vida, pois basta sairmos do caminho reto para sermos tolhidos pelas suas irradiações retas e cortantes.

Suas irradiações retas são simbolizadas por suas sete lanças, e as cortantes são simbolizadas pelas suas sete espadas.

Sua proteção “legal” é simbolizada pelos seus sete escudos, etc.

Ogum é em si mesmo a qualidade ordenadora e a divindade aplicadora dos princípios da Lei Maior.

Ele é o eólico e polariza com Egunitá, orixá do fogo e consumidor dos vícios e dos desequilíbrios.

Egunitá é muito mais conhecida como uma das qualidades de Iansã que como uma divindade do fogo cósmico, porque as lendas a definiram como uma Iansã. Mas isso não é tudo porque ela é fogo em seu primeiro elemento e o expande no “ar” de Ogum, que é o ordenador. Nele ela é o raio que, onde cair, consumirá tudo à sua volta.

Uma das dificuldades de interpretarmos os orixás só a partir do legado mitológico africano é por causa dessa indefinição orixá ocupado por cada um. Então, juntaram vários orixás ao redor de um para facilitar o entendimento. Mas nós não nos guiamos só pelas lendas e recorremos à ciência divina, que nos ensina Egunitá é uma divindade ígnea, consumidora dos vícios dos desequilibrados.

Saibam que, quando evocamos Ogum para atuar em nosso favor e nos defender das investidas dos seres desequilibrados – poucos sabem disso – suas hierarquias luminosas ativam seus pares opostos assentados nos pólos magnéticos negativos, ativos e cósmicos da irradiação da Justiça Divina, cujos magnetismos são esgotadores dos desequilíbrios, das injustiças e do irracionalismo.

Como a Justiça Divina é o fogo que purifica os sentimentos desvirtuados, então surge uma divindade cósmica ígnea, que é em si mesma o fogo da purificação dos viciados e dos desequilibrados: Egunitá!

Esta divindade cósmica da Justiça Divina é em si mesma o fogo da purificação. Ela é unigênita porque foi gerada nessa qualidade cósmica do Divino Criado Olorum, e tanto gera em si como gera de si.

Então temos, na Umbanda, Egunitá, orixá cósmica consumidora dos vícios e dos desequilíbrios; purificadora dos meios ambientes religiosos (templos), das casas (moradas) e do íntimo dos seres (sentimentos).

Egunitá é orixá ígnea, de magnetismo negativo, seu fogo é cósmico e consumidor, enquanto o de Xangô é universal e abrasador.

O fogo de Xangô aquece os seres e os torna calorosos, ajuizados e sensatos.

O fogo de Egunitá consome as energias dos seres apaixonados, emocionados, fanatizados ou desequilibrados, reduzindo a chama interior de cada um (sua energia ígnea) a níveis baixíssimos, apatizando-os, paralizando-os e anulando seus vícios emocionais e desequilíbrios mentais, sufocando-os.

Olorum gera em si o fogo consumidor, que é uma de Suas qualidades, pois é cósmico, está espalhado por toda a sua criação, e onde surgir um desequilíbrio, o próprio magnetismo negativo do ser desequilibrado já começa a atrair, condensar e acumular esse fogo consumidor que, quando atingir seu ponto de incandescência consumista, o esgotará e o anulará.

Saibam que Egunitá é em si esse fogo cósmico que está em tudo o que existe, mas diluído. E para ela atuar em nossa vida não depende de nós, mas tão somente que nos tornemos “irracionais” apassionados e desequilibrados.
Na Umbanda, ela deve ser evocada para purificar os seres viciados, as magias negras, as injustiças, etc.

Resumimos Ogum e Egunitá assim:
  • Ogum é a ordenação divina e a lei que rege a vida dos seres.
  • Egunitá é a divindade cósmica da justiça que polariza com Ogum e é, em si mesma, o aspecto punitivo da Lei Maior regida por ele.


Ogum

Ogum é o orixá da Lei e seu campo de atuação é a linha divisória entre a razão e a emoção. É o Orixá Regente das milícias celestes, guardiãs dos procedimentos dos seres em todos os sentidos.

Ogum é sinônimo de lei e de ordem e seu campo de atuação é a ordenação dos processos e dos procedimentos.

O orixá da Lei é eólico e ao irradiar-se, cria a linha pura do ar elemental, já com dois pólos magnéticos ocupados por orixás diferenciados em todos os aspectos. O pólo magnético positivo é ocupado por Ogum e no negativo está Iansã.

Esta linha eólica pura dá sustentação há milhões de seres elementais do ar até que eles estejam aptos a entrar em contato com seu segundo elemento. Uns têm como segundo elemento o fogo, outros tem a água, etc.

Portanto, na linha pura do “ar elemental” só temos Ogum e Iansã como regentes.

Mas se esses dois orixás são aplicadores da Lei (porque sua natureza é ordenadora), então eles se projetam e dão início às suas hierarquias naturais, que são as que nos chegam pela Umbanda.

Os orixás regentes “dessas hierarquias” de Ogum e Iansã são orixás intermediários ou regentes dos níveis vibratórios da linha de forças da Lei.

Saibam que Oxalá tem sete orixás intermediários positivos, outros sete negativos, que são seus opostos, e sete orixás neutros; Oxum tem sete orixás intermediárias positivas e tem outras sete negativas, que são suas opostas, Oxóssi tem sete orixás intermediários positivos, sete negativos, que são seus opostos e sete outros que formam uma hierarquia vegetal neutra fechada ao conhecimento humano material; Xangô tem sete orixás intermediários positivos e sete negativos, que são seus opostos. E o mesmo acontece com Obaluaê e Iemanjá.

Agora, Ogum e Iansã são os regentes do Mistério Guardião e suas hierarquias não são formadas por orixás opostos em níveis vibratórios e pólos magnéticos opostos, como acontece com os outros. Não, senhores!

Ogum e Iansã formam hierarquias verticais retas ou sequênciais, sem quebra de “estilo”, pois todos os Oguns, sejam regentes dos pólos positivos, dos neutros ou tripolares ou dos negativos, atuam da mesma forma e movidos por um único sentido: aplicadores da Lei!

Todo Ogum é um aplicador natural da Lei e age com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois não permite uma conduta alternativa.

Onde estiver um Ogum, lá haverá os olhos da Lei, mesmo que seja um “caboclo” de Ogum, avesso às condutas liberais dos frequentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.

Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.

A hierarquia reta de Ogum, dentro da Umbanda, é composta de vinte e um Oguns intermediários regentes dos pólos magnéticos.
  • Sete pólos são positivos.
  • Sete pólos são negativos, mas não são opostos aos positivos.
  • Sete são tripolares e assentados na faixa neutra, que é horizontal.

Cada um desses sete Oguns tripolares assentados na faixa neutra, cada pólo está em sintonia vibratória com uma das sete linhas de forças verticais e são eles que direcionam os seres elementais, encantados, naturais e mesmo os espíritos da dimensão humana da evolução.

São multidimensionais e estão (projetam-se) em todas as faixas neutras, sejam elas puras, bi, tri, tetra ou pentaelementais.

As hierarquias desses sete Oguns naturais intermediários tripolares são gigantescas e impossíveis de ser quantificadas por causa do imenso número de seres incorporados a elas.

Só para que tenham uma idéia do que estamos comentando, saibam que o tripolar Ogum da “Água” projeta-se em Ogum Marinho, Ogum Sete Ondas e Ogum Beira-Mar. O Ogum da “Terra” projeta-se em Ogum-Megê, Ogum das Passagens e Ogum de Ronda. O Ogum dos “Minerais” projeta-se em Ogum das Pedras, Ogum do Ferro e Ogum Sete Correntes (minerais).

Vamos parar por aqui, pois já viram como se desdobram estes sete Oguns tripolares.

Saibam que eles se projetam na horizontal (direita-esquerda) e na vertical (para cima e pra baixo), e encaminham os seres que tem que ser direcionados para uma dessas direções a partir das faixas neutras.

Dizemos que Ogum é sinônimo de Lei e de Ordem porque ele tanto aplica a Lei quanto ordena a evolução dos seres, não permitindo que alguém tome uma direção errada. Por isso ele é chamado “O Senhor dos Caminhos” (das direções).

E o mesmo acontece com Iansã, pois ela também é aplicadora da Lei e ordenadora dos seres. Só que ela é maleável e também atua pelo emocional dos seres.

Bem, já comentamos que Ogum forma uma hierarquia reta ou sequencial, pois a Lei é reta e rígida onde quer que seja. Ogum não julga nada nem ninguém, pois essa atribuição é de Xangô. Ele apenas aplica os princípios da Lei e ordena (direciona) os seres, e ponto final! Iansã é Lei e é mãe, portanto é maleável até certo ponto e atua no emocional dos seus “filhos”. Já Ogum, bem, ele é pai e é rigoroso ao extremo com seus “filhos”. É sua natureza reta, e assim ele é.

Vamos mostrar os Oguns dos pólos positivos, os Oguns da faixa neutra e os Oguns das faixas negativas, pois as hierarquias do orixá maior Ogum não são formadores de pólos magnéticos opostos, mas sim seqüenciais.

Saibam que a Lei é reta e tudo o que for “oposto” a ela deve ser anulado por Ogum, pois a Lei é ordem em todos os sentidos.

Vamos às hierarquias intermediárias retas do orixá Ogum:
  • 1o. Ogum: é o Ogum Cristalino ou Ogum da Lei e da Fé. Ele surge no 1o. Pólo magnético positivo, formado pela corrente eletromagnética cristalina regida pelo orixá Oxalá (orixá da Fé).
  • 2o. Ogum: é o Ogum Mineral ou Ogum da Concepção e do Amor. Ele surge no 2o. Pólo magnético positivo, formado pela corrente eletromagnética mineral regida pela Orixá Oxum (orixá do Amor e da Concepção).
  • 3o. Ogum: é o Ogum Vegetal ou Ogum do Conhecimento. Ele surge no 3o. Pólo magnético positivo, formado pela corrente eletromagnética vegetal, regida pelo orixá Oxóssi (orixá do Conhecimento).
  • 4o. Ogum: é o Ogum do Fogo ou Ogum da Justiça. Ele surge no 4o. Pólo magnético formado pela corrente eletromagnética ígnea regida por Xangô (orixá da Justiça).
  • 5o. Ogum: é o Ogum Eólico ou Ogum do Ar ou Ogum da Lei. Ele surge a partir do 5o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética eólica regida pelo orixá Ogum (orixá da Lei).
  • 6o. Ogum: é o Ogum Telúrico ou Ogum da Evolução. Ele surge no 6o. Pólo magnético positivo, formado pela corrente eletromagnética telúrica regida pelo orixá Obaluaê (orixá da Evolução).
  • 7o. Ogum: é o Ogum Aquático ou Ogum da Geração. Ele surge a partir do 7o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética aquática regida pela orixá Iemanjá (orixá da Geração).

Os sete Oguns tripolares atuam nas faixas neutras nas quais se iniciam ou se processam os estágios da evolução.

Todas as dimensões possuem uma faixa vibratória chamada de neutra porque é ali que os seres estacionam por muito tempo e a partir dela desenvolvem uma natureza posiiva, negativa ou neutra.
  • Positiva = passiva
  • Negativa = ativa
  • Neutra = pode se direcionar para onde desejar

Lembrem-se de que natureza não é energia ou magnetismo.

Bem, o fato é que esses sete Oguns estão assentados em Orixás Energéticos tripolares e formam a hierarquia horizontal do Divino Guardião da Lei, o orixá Ogum, e se multiplicam por três, formando a hierarquia divina denominada de “Vinte e Um Guardiões da Lei”.

Os Oguns intermediários que atuam no Ritual de Umbanda Sagrada saem dessa hierarquia, pois os espíritos ou seres humanos são tripolares, ou seja, trazem em seu mental um pólo magnético positivo, um negativo e um neutro. Por isso somos vistos pelos orixás como seres muito especiais. Afinal, trazemos em nosso mental a capacidade de reagir às situações mais adversas possíveis, desde que nos mantenhamos em equilíbrio emocional, magnético, energético e vibratório.

Os seres que mais se aproximam de nós são os naturais tripolares (Oguns e Iansãs naturais) e os Exus e Pombagiras naturais, que são neutros e negativos.

Os Exus e Pombagiras naturais, caso não saibam, são seres que não desenvolvem o magnetismo positivo e passivo e por isso são direcionados para dimensões distintas da dimensão humana, uma vez que já lhes falta esse nosso magnetismo positivo passivo e “racional”.
  • O magnetismo mental negativo é emocional.
  • O magnetismo mental positivo é racional.
  • O magnetismo neutro é equilibrador dos dois outros pólos magnéticos.

Esses sete Oguns intermediários junto com as sete Iansãs intermediárias tripolares formam a mais numerosa hierarquia divina que existe em nosso multidimensional planeta Terra.

Vamos denominá-los só com o nome dos elementos nos quais atuam. Mais que isso não nos é permitido revelar.

  • 1o. Ogum tripolar – Ogum do Cristal (Ogum Matinata)
  • 2o. Ogum tripolar – Ogum do Mineral (Ogum das Cachoeiras)
  • 3o. Ogum tripolar – Ogum do Vegetal (Ogum Rompe-Matas)
  • 4o. Ogum tripolar – Ogum do Fogo (Ogum de Lei)
  • 5o. Ogum tripolar – Ogum do Ar (Ogum Ventania)
  • 6o. Ogum tripolar – Ogum da Terra (Ogum Megê)
  • 7o. Ogum tripolar – Ogum da Água (Ogum Marinho)

Agora vamos dar os sete Oguns cósmicos ou que atuam nos pólos magnéticos que surgem do entrecruzamento das linhas de forças verticais (irradiações) com as correntes eletromagnéticas (vibrações).

  • 1o. Ogum cósmico: é o Ogum do Tempo e surge no 1o. Nível vibratório negativo, onde surge o 1o. Pólo magnético negativo, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética cristalina negativa, regida pela orixá Oyá Tempo (orixá do Tempo e da Religiosidade).
  • 2o. Ogum cósmico: é o Ogum Sete Cobras ou Sete Caminhos. Ele surge no 2o. Pólo magnético negativo, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética mineral negativa, regida pelo orixá Oxumaré (orixá da Renovação ou Sexualidade).
  • 3o. Ogum cósmico: é o Ogum Rompe-Solo. Ele surge no 3o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética telúrica negativa, regida pela orixá Obá (orixá do Conhecimento).
  • 4o. Ogum cósmico: é o Ogum Rompe-Nuvens. Ele surge no 4o. Pólo magnético negativo, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética negativa, regida por Iansã (orixá da Lei).
  • 5o. Ogum cósmico: é o Ogum Corta-Fogo. Ele surge no 5o. Pólo magnético negativo, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética ígnea negativa, regida pela orixá Egunitá (orixá da Justiça).
  • 6o. Ogum cósmico: é o Ogum Sete Lagoas. Ele surge no 6o. Pólo magnético negativo, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética negativa, regida por Nanã Buruque, que é uma orixá mista (terra-água) e é a regente do pólo negativo da linha da Evolução.
  • 7o. Ogum cósmico: é o Ogum Naruê. Ele surge a partir do 7o. Pólo magnético negativo, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética telúrica negativa, regido pelo orixá Omulu, orixá regente do pólo negativo da linha da Geração.

Esses sete Oguns cósmicos atuam nas faixas vibratórias negativas como ordenadores dos seres que optaram pela evolução cósmica, absorvente, concentradora e monocromática. Esses seres não são irradiadores de luzes coloridas, mas têm uma cor concentrada e seus densos magnetismos os tornam retos nos procedimentos e eles só se desenvolvem em um os sete sentidos capitais.

Esses Oguns assumiram, na Umbanda, a missão de formar linhas de “Exus de Lei”, compostas, por espíritos humanos caídos nas trevas humanas ou faixas vibratórias negativas da dimensão humana.

Agregados a essas linhas de “Exus de Lei”, milhões de espíritos humanos, afastados da faixa neutra e paralisados nos níveis vibratórios negativos, puderam retornar, ordenadamente e jungidos aos mistérios cósmicos da divindade “X”, que lhes dá sustentação enquanto se mantiverem nos limites reservados a eles pela lei (Ogum).

A divindade “X” (inominada) é um orixá cósmico que rege a dimensão negativo-neutra onde vivem os Exus naturais. O divino guardião cósmico dessa dimensão natural e guardião dos mistérios da divindade X é Me-hór-iim-yê ou Mehór yê, o guardião cósmico que polariza com o divino Ogum nos pólos masculinos da linha de forças que forma o mistério “Guardião da Lei”.

Em livros anteriores já abordamos o mistério Mehór yê, assim como o seu pólo correspondente feminino, que é a divina Ma-hór-iim-yê, ou Mahór yê, que é a divindade cósmica que polariza com a Orixá Oxum. Mahór yê rege sobre os desejos e o mistério “Pombagira de Lei”, fundamentado nos seres femininos que só desenvolveram o magnetismo mental neutro e o negativo.

Mais que isso não podemos revelar sobre os orixás cósmicos, sejam os Oguns ou qualquer outro. Saibam que as linhas de Lei mistas, cujos caboclos e Exus respondem pelos mesmos nomes simbólicos que demos aos orixás Oguns intermediários regentes dos pólos magnéticos negativos, são regidos por orixás Oguns intermediadores cósmicos, que respondem pelos nomes e são bipolares, e atuam tanto na direita (caboclos) quanto na esquerda (Exus). Mas esses Oguns cósmicos intermediadores só atuam nas linhas horizontais (direita e esquerda) e nunca nas linhas verticais (alto e embaixo).

Saibam que esses Oguns bipolares (positivos e negativos) serviram como modelo para o Ritual de Umbanda Sagrada quando ele foi idealizado, para acelerar a evolução espiritual por meio de um processo religioso que desembocou no surgimento da Umbanda no plano material. No triângulo da Umbanda, em uma de suas interpretações (já há outras), no alto está o orixá, á direita estão os (as) caboclos (as) e à esquerda estão os Exus (Pombagiras).

Já comentamos tudo o que foi permitido sobre o orixá Ogum. Logo, leiam e releiam com atenção tudo o que aqui está colocado e temos certeza de que muitos mistérios fechados, até agora, começarão a abrir-se para vocês, os estudiosos dos mistérios “Orixás”, os Orixás Regentes da evolução dos seres, das criaturas e das espécies.

Retirado do Livro: Orixás – Teogonia de Umbanda – Rubens Saraceni – Editora Madras