Ori, a essência real do ser, é
uma divindade pessoal que guia e ajuda toda pessoa antes do nascimento, durante
a vida e após a morte. O sentido literal de orí é cabeça física, e esta é o
símbolo de orí inú (a cabeça interior, podemos dizer a nossa cabeça espiritual),
responsável pela constituição do ser e sua trajetória existencial: quando o orí
inú (a cabeça interior), está bem, todo o ser do homem está em boas condições.
O ori, é uma entidade parcialmente independente,
considerada uma divindade por si própria, é cultuado entre outras divindades,
recebendo oferendas e orações, como o famoso ritual de borí, que significa dar
de comer ao ori, ou seja é o alinhamento da nossa cabeça física com a nossa
cabeça espiritual. Enquanto divindade pessoal, ori é o mais interessado de
todos os orixás no que diz respeito ao bem-estar de seu devoto: pode-se dizer
que é a mais importante das divindades dado
que, seja qual for o empenho das outros em favorecer determinada pessoa, todo e qualquer progresso dependerá
sempre do que for sancionado por Ori.
Se o Ori (Divindade Interna), de um homem não simpatiza com sua causa, nada
poderá ser feito por outra divindade. Assim, o que ori não sanciona não pode
ser concedido nem por Olodumare, nem pelos orixás.
Todos nós nascemos com um
destino para realizar, o que não significa sermos meros joguetes nas mãos de
forças inteiramente deterministas. O homem tem o poder de tomar em suas mãos as
rédeas do curso da própria existência e participar de modo responsável de seu
desenrolar, através da busca de ampliação da consciência e dos conhecimentos e
através do desenvolvimento disciplinado da Vontade.
Ori é a nossa “ligação direta”
com Olodumare. Ligação com a força chamada Eleda (energia incondicional, o
pensamento de Olorun que todos temos dentro de nós). É por isso que é dito
quando saudamos nossas cabeças estamos saudando Eledá (energia incondicional, o
pensamento de Olorun que temos dentro de nós), e isto é feito através do nosso
Ori (Divindade interna).
Os seres humanos são
constituídos dos seguintes princípios vitais: ará (o corpo físico); òjìji
(representação visível da essência espiritual que acompanha o homem durante a
vida, morrendo junto com ará, embora não sendo enterrado com ele); okàn
(coração, relacionado ao sangue e sede da inteligência e do pensamento
intuitivo, a alma e a fonte de toda ação); Ämí (princípio ou sopro vital,
relacionado à respiração, mas não se reduzindo a ela, pois se diz por
ocasião da morte que èmí foi embora; significa também espírito ou ser). Um dos
nomes de Elédùnmarè (o Ser Supremo ou Deus) é Orísé (Fonte da qual originam-se
os seres), o que mostra sua ligação profunda com cada criatura existente. Todo
ori, embora criado bom, acha-se sujeito a mudanças. Feiticeiros, bruxas, homens
maus e a própria conduta podem transformar negativamente um ori, sendo sinal
dessa transformação uma cadeia interminável de infelicidades na vida de um
homem a despeito de seus esforços para melhorar.
Agora a
importância de Ori vem de IWA (LÉWA) que significa “Caráter é Beleza”, é
através destas escolhas que fazemos que somos capazes de ser vistos como algo
belo, e estas escolhas são acompanhadas do destino. É através destas escolhas
que nosso caráter é moldado.
É uma das mais importantes
Divindades na compreensão das crenças Yorubas é Ori. É o guia de cada um e de todos para o sucesso
neste mundo e também no outro (Céu-Orun). Ori é o orixá supremo que somente se
abaixa para Olodumaré (Olorun). Que é a cabeça pessoal ou divindade possuída por
cada e todas as pessoas.
Ori é a residência de cada
escolha de realização na forma em que lutam para alcançar seu destino.
O Ori de uma pessoa é tão
importante que deve ser propiciado frequentemente e sua ajuda é necessária
antes de iniciar qualquer ato, e isto é feito através do Ebori (Bori), trabalhado na Radiestesia com os Tronos Divinos.