quarta-feira, 27 de julho de 2011

4a. Linha de Forças Divinas ou Irradiação da Justiça Divina

Olorum gera tudo em Si e uma de suas gerações é a Justiça Divina, que dá o devido equilíbrio a tudo o que gera.

Essa sua qualidade equilibradora está em tudo e em todos e mantém toda a criação divina em equilíbrio e harmonia, dando a tudo e seu ponto de equilíbrio.

Olorum gerou, nessa Sua qualidade equilibradora de tudo e de todos, uma Sua divindade que é em si mesma o equilíbrio divino que dá sustentação a tudo que existe, tanto animado quanto inanimado, surgindo o Orixá da Justiça Divina, divindade unigênita porque é o Orixá do Equilíbrio, da Razão e do Juízo Divino.

Deus e justo e tudo o que gera faz com equilíbrio, pois tudo atende a uma vontade Sua, às suas criaturas, espécies e seres. E Xangô, o Orixá da Justiça, independe da nossa vontade para atuar sobre nós porque é em si mesmo essa qualidade equilibradora do nosso Divino Criador.

Xangô, por ser unigênito e ter sido gerado em Deus, é em si mesmo a Justiça Divina que purifica nossos sentimentos com sua irradiação incandescente, abrasadora e consumidora das emotividades.

Mas Xangô, como qualidade Divina, está na própria gênese das coisas como força coesiva que dá sustentação à forma que cada agregado assume, ou seja, Ele está na própria natureza das coisas como o próprio equilíbrio, pois só assim ela não deixa de ser como é. Ele tanto é o ponto de equilíbrio que dá sustentação à estrutura atômica de um átomo como é a força equilibradora do Universo e de tudo o que nele existe, seja animado ou inanimado.

Xangô, por ser uma Divindade gerada em Deus, também gera em si a qualidade na qual foi gerado. Mas ele também gera de si essa sua qualidade equilibradora e a transmite a tudo e a todos.

Quem absorvê-la torna-se racional, ajuizado e ótimo equilibrador, tanto dos que vivem à sua volta como do próprio meio em que vive. Um juiz é um exemplo bem característico dessa qualidade equilibradora irradiada por Xangô, e não importa que o juiz seja um “filho” de outro Orixá, pois a manifestará naturalmente, já que a justiça humana é a concretização da Justiça Divina no plano material.

Um juiz não consegue dissociar-se da qualidade da justiça, à qual serve com toda a sua capacidade mental e intelectual, mas nunca emotivamente, pois é um racionalista nato”.

Saibam que essa qualidade equilibradora está presente em todos os processos divinos (criação e geração). Por isso, assim que algo alcança seu ponto de equilíbrio, o processo criador ou gerador é paralisado e o que foi criado ou gerado estabiliza-se e adquire uma definição só sua, que o qualificará dalí em diante.

Com isso explicado, então entendemos a importância que tem essa qualidade divina, que na Umbanda a vemos nos procedimentos retos, justos e ajuizados os caboclos de Xangô, Orixá da Justiça Divina, da razão e do equilíbrio. Por isso, quando evocamos a presença dele, só o fazemos se for para devolver o equilíbrio e a razão aos seres com procedimentos desequilibrados e emocionados, ou para clamar pela Justiça Divina, que atuará em nossa vida anulando demandas cármicas, magias negras, etc., devolvendo-nos a paz, harmonia e equilíbrio mental, emocional, racional e até nossa saúde, pois para estarmos saudáveis devemos ficar em equilíbrio vibratório também no corpo físico.

Observem que o equilíbrio proporcionado por Xangô não se limita só a um aspecto de nossa vida, já que ele, enquanto qualidade equilibradora, está em todos.

Xangô é o Orixá de Deus gerador e irradiador do fator equilibrador, mas o limitamos quando deixamos de recorrer ele para ajudar em todos os aspectos e só o fazemos para anular demanda ou impor a Justiça Divina na vida dos seres desequilibrados.

Mas sempre que a Justiça Divina é ativada, tanto seu pólo positivo quanto o negativo são ativados, e aí surge Iansã, Regente da Lei nos campos da Justiça.

Iansã é a Divindade da Lei cuja natureza eólica expande o fogo de Xangô, e assim que o ser é purificado de seus vícios ela entra em sua vida, redirecionando-o e conduzindo-o a outro campo no qual retomará sua evolução.

Saibam que uma das qualidades de Deus é o direcionamento que está presente e ativo em tudo o que ele gera e cria.

É nessa sua qualidade direcionadora de tudo e o que existe, tanto animado quanto inanimado, que ele gerou Iansã.

Então Iansã é unigênita porque é em si mesma essa qualidade do Divino Criador, que a gerou em Si e a tornou essa sua qualidade divina.

Iansã, como qualidade de Deus, está em tudo e todos e é o poder que direciona a fé (Oxalá), a justiça (Xangô), a evolução (Obaluaiê), a geração (Iemanjá), a agregação (Oxum), a lei (Ogum).

Ogum é a Lei, a via reta, mas Iansã é o próprio sentido de direção da Lei, pois ela é um mistério que só entra na vida de um ser caso a direção que este esteja dando à sua evolução e à sua religiosidade não siga a linha reta traçada pela Lei Maior (Ogum).

Por isso ela não depende de nós para atuar em nossa vida. Basta “errarmos” para que sua qualidade divina nos envolva numa de suas espirais, impondo-nos um giro completo e transformador de nossos sentimentos viciados. Com isso ela nos coloca novamente no caminho reto da vida ou nos lança no Tempo, onde nossa religiosidade desvirtuada será paralisada e esgotada em pouco tempo.

Sua atuação é cósmica, ativa, mobilizadora e direcionadora. Mas não é inconseqüente ou emotiva porque ela é o sentido da Lei, que não é apenas punidora, mas também direcionadora.

Xangô paralisa e purifica; Iansã movimenta e direciona.

São Orixás que formam quarta irradiação divina porque suas qualidades e elementos se complementam.

Resumidamente: podemos definir Xangô e Iansã da seguinte forma:
  • Xangô é o fogo que nos purifica de nossos próprios vícios emocionais, reequilibrando-nos.
  • Iansã é o ar que areja nosso emocional e nos proporciona um novo sentido da vida e uma nova direção ou meio de vida.

Xangô

Xangô é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e eqüidade, já que só conscientizado e despertado para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo.

Comentar sobre o Orixá Xangô é dispensável, pois é muito conhecido dos praticantes da Umbanda. Logo, nos limitamos a comentar alguns de seus aspectos (qualidades, atributos e atribuições).

O Orixá Regente Planetário individualiza-se nos Sete Orixás Essenciais, que se projetam energética, magnética e vibratoriamente, e criam sete linhas de forças ou irradiações bipolarizadas, pois surgem dois pólos diferenciados em positivo e negativo, irradiante e absorvente, ativo e passivo, masculino e feminino, universal e cósmico.

Uma dessas projeções é a do Orixá da Justiça Divina que, ao irradiar-se, cria a linha de forças da Justiça, pontificada por Xangô e Egunitá (divindade natural cósmica do Fogo Divino).

Na linha elemental da Justiça, ígnea por excelência, Xangô e Egunitá são os pólos magnéticos opostos. Por isso eles se polarizam com a linha da Lei, que é eólica por excelência.

Logo, Xangô polariza-se com a eólica Iansã e Egunitá polariza-se com o eólico Ogum, criando duas linhas mistas ou linhas regentes do Ritual de Umbanda Sagrada.

O Orixá Xangô é o orixá natural da Justiça e está assentado no pólo positivo da linha do Fogo Divino, de onde se projeta e faz surgir sete hierarquias naturais de nível intermediário, pontificadas pelos Xangôs regentes dos póloa e níveis vibratórios intermediários da Linha de Forças da Justiça Divina.

Esses sete Xangôs são orixás naturais; são regentes de níveis vibratórios; são multidimensionais e irradiadores das qualidades, dos atributos e das atribuições do Orixá Maior Xangô.

Eles aplicam os aspectos positivos da Justiça Divina nos níveis vibratórios positivos e polarizam-se com os Xangôs cósmicos, que são os aplicadores dos aspectos negativos da Justiça Divina. Como na Umbanda quem lida com os regentes dos aspectos são os Exus e as Pombagiras, então não vamos comentá-los e nos limitaremos aos regentes dos pólos positivos intermediários, que formam suas hierarquias de Orixás Intermediadores, que pontificam, na Umbanda, as linhas de trabalhos espirituais.

Esses Xangôs intermediários, tal como todos os Orixás Intermediários, possuem nomes mantras que não podem ser abertos ao plano material. Muitos os chamam de Xangô da Pedra Branca, Xangô Sete Pedreiras, Xangô dos Raios, Xangô do Tempo, Xangô da Lei, etc. Enfim, são nomes simbólicos para os mistérios regidos pelos orixás Xangôs intermediários. Só que quem usa esses nomes simbólicos não são os regentes dos pólos magnéticos da linha da Justiça, e sim os seus intermediadores, que foram “humanizados” e regem linhas de caboclos que se manifestam no Ritual da Umbanda Sagrada, comandando as linhas de trabalhos de ação e de reação. Eles são os aplicadores “humanos” dos aspectos positivos da justiça divina.

Os sete Xangôs intermediários, regentes dos pólos magnéticos dos níveis vibratórios intermediários, são:
  • 1o. Xangô: é o Xangô da Chama da Fé ou Xangô da Justiça Cristalina. Ele surge a partir do 1o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética cristalina, regida pelo Orixá Oxalá (Orixá da Fé).
  • 2o. Xangô: é o Xangô da Chama do Amor ou Xangô da Justiça Mineral. Ele surge a partir do 2o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética mineral, regida pela Orixá Oxum (Orixá do Amor).
  • 3o. Xangô: é o Xangô da Chama do Conhecimento ou Xangô da Justiça Vegetal. Ele surge a partir do 3o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética vegetal, regida pelo Orixá Oxóssi (Orixá do Conhecimento).
  • 4o. Xangô: é o Xangô da Chama da Justiça ou Xangô da Justiça Ígnea. Ele surge a partir do 4o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética ígnea, regida pelo Orixá Xangô (Orixá da Justiça).
  • 5o. Xangô: é o Xangô da Chama Flamejante ou Xangô da Justiça Eólica. Ele surge a partir do 5o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética eólica, regida pelo Orixá Ogum (Orixá da Lei).
  • 6o. Xangô: é o Xangô da Chama da Evolução ou Xangô da Terra. Ele surge a partir do 6o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética telúrica, regida pelo Orixá Obaluaiê (Orixá da Evolução).
  • 7o. Xangô: é o Xangô da Chama da Geração ou Xangô da Justiça Aquática. Ele surge a partir do 7o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética aquática, regida pela Orixá Iemanjá (Orixá da Geração).

Esses sete Xangôs naturais são regentes de pólos magnéticos de níveis vibratórios multidimensionais e aplicadores dos aspectos positivos da Justiça Divina. Eles não incorporam, pois são divindades regentes de níveis vibratórios e orixás multidimensionais.

Logo, se alguém disser “eu incorporo o Xangô tal”, com certeza está incorporando o seu Xangô individual, que é um ser natural de 6o. Grau vibratório ou um espírito reintegrado às hierarquias naturais regidas por esses Xangôs. Ninguém incorpora um Xangô de nível intermediário ou qualquer outro orixá dessa magnitude. O máximo que se alcança na incorporação é um orixá de grau intermediador. Mas, no geral, todos incorporam seu orixá individual natural ou um espírito reintegrado às hierarquias naturais e, portanto, um irradiador de um dos aspectos do seu orixá maior.

Temos na Umbanda:
  • Xangôs da Pedra Preta
  • Xangôs dos Raios
  • Xangôs das Pedreiras
  • Xangôs das Cachoeiras
  • Xangôs das Sete Montanhas, etc.,

que são, todos eles, Orixás Intermediários e regentes de subníveis vibratórios ou regentes de pólos energético-magnéticos cruzados por muitas correntes eletromagnéticas, nas quais atuam como aplicadores dos mistérios maiores, mas já em pólos localizados em subníveis vibratórios. E todos esses Xangôs intermediadores são regentes de imensas linhas de trabalhos, ação e reação ou não é verdade que temos caboclos da Pedra Branca, da Pedra Preta, das Pedreiras, das Sete Montanhas, do Fogo, dos Raios, etc.?

Meditem muito sobre o que aqui estamos comentando, pois em se tratando de Orixás é preciso conhecê-los a partir da ciência divina ou nosn perdemos no abstracionismo e na imaginação humana. Reflitam bastante e depois consultem vossos mentores espirituais acerca do que aqui estamos ensinando, irmãos em Oxalá.



Egunitá

Egunitá é o orixá aplicador da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente desequilibrados.

Fogo, eis o mistério de nossa Mãe Egunitá, regente cósmica do Fogo e da Justiça Divina que purifica os excessos emocionais dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados.

Em princípio, devemos alertar que não encontramos um orixá feminino que seja puro fogo e que tenha chegado até nós por uma causa muito simples: as divindades só humanizam os seus aspectos (qualidades, atributos e atribuições) que nos são úteis, dando amparo e estimulando nossa fé.

Egunitá é tida como um dos aspectos de Iansã e está correta essa interpretação... mas com uma observação: Iansã é o ar que alimenta o fogo de Xangô ou o apaga. E Egunitá é o fogo que aquece o ar de Ogum, ou o consome.

Sim, o primeiro elemento de Iansã e Ogum é o ar e o primeiro elemento de Egunitá e Xangô é o fogo. Logo, Egunitá só é um dos aspectos de Iansã quando atua em seu pólo negativo, aéreo e cósmico, para consumir os excessos emocionais dos seres atraídos por ela porque estavam agindo em desacordo com os ditames da Lei.

Nós comentamos que Oyá Tempo é a regente do aspecto negativo que esgota os eguns e os transforma em espectros assustadores. Mas Oyá Tempo pune os religiosos, já que este é seu campo preferencial de atuação. Com Iansã, que atua nos domínios da Lei, o campo e o sentido da vida em que age são outros.

Oyá Tempo atua até no vazio, ou campo atemporal; Iansã atua somente onde existe o ar.

As irradiações de Oyá Tempo obedecem ao seu magnetismo, e mesmo no vazio elas penetram, pois preenchem-no antes com sua energia cristalina.

Afinal, ou entendemos as divindades a partir da ciência ou até o ano 3000 d. C. Ainda estaremos adorando-as somente por meio dos fenômenos da natureza. E não é isso que elas desejam de nós e não foi para isso que deram início à sua renovação pela Umbanda, certo?

Portanto, voltamos a insistir: Egunitá só é uma “Iansã” a partir do seu segundo elemento, que é o ar que alimenta seu fogo cósmico, consumista e anulador dos vícios e consumidor das paixões abrasadoras.

O mesmo recurso dos antigos ordenadores das hierarquias dos orixás foi usado por alguns ordenadores da Umbanda. E se aqueles colocaram Egunitá como uma Iansã porque ela atua no ar, que é o seu segundo elemento, o mesmo os daqui fizeram com a linha de caboclos “Rompe-Matas” ao colocá-los como caboclos de Oxóssi.

Mas o correto é que um caboclo Rompe-Matas tem nas matas seu segundo elemento (vegetal) e seu campo preferencial de atuação, mas o elemento original é o ar, ou o vento, que verga as árvores; rompe as matas fechadas para que o ar penetre nelas com muita facilidade. Logo, ele é um caboclo de Ogum (ar), que atua na irradiação de Oxóssi (vegetal). Portanto, ele não é um caboclo de Oxóssi, mas sim de Ogum, e atua nos campos de Oxóssi abrindo caminhos (Ogum).

Com Egunitá acontece a mesma coisa: ela é fogo que atua na irradiação do ar (Iansã). Mas ela não é o ar, e sim do fogo.

Bem, com isso explicado, vamos comentar nossa amada Mãe Egunitá já a partir do conhecimento superior sobre os Orixás e seus campos de ação.

Egunitá é fogo puro e suas irradiações cósmicas absorvem o ar, pois seu magnetismo é negativo e atrai o elemento com o qual se energiza e se irradia até onde houver ar para dar-lhe essa sustentação energética e elemental.

Como Egunitá (fogo) é feminina, então ela polariza com Ogum (ar), que é masculino e lhe dá a sustentação do elemento que precisa, mas de forma passiva e ordenada. Só assim suas irradiações acontecem de forma ordenada e alcançam apenas o objetivo que ela identificou.

Se ela polarizasse com Iansã, suas energias não seriam irradiadas porque aconteceria uma propagação delas na forma de labaredas, já que as duas são de magnetismos e elemento feminino. Eis aí a chave das polarizações, que obedecem a uma ordenação das irradiações por magnetismos.

Até nisso nós vemos a perfeição do Criador, pois o fogo feminino de Egunitá se espalharia pelo elemento eólico de Iansã e assumiria proporções alarmantes. Mas ao se polarizar com Ogum, e se ela, enquanto divindade natural, absorver muito das irradiações eólicas dele, irá se resfriar e será anulada em seu próprio elemento.

O inverso acontece com Ogum, que é passivo e só se torna ativo em seu segundo elemento, o que o alimenta, aquecendo-o e energizando suas irradiações. Ogum, como guardião da Lei, atua nos campos da Justiça como aplicador das sentenças.

Logo, se Ogum absorver o fogo de Xangô, que também é passivo em seu magnetismo, esse fogo só irá consumir o ar de Ogum e não irá gerar a energia ígnea que fluiria como calor pelas irradiações retas do seu magnetismo, que é passivo.

Ogum é passivo no magnetismo eólico e ativo em seu segundo elemento, que é o fogo que energiza (aquece) o ar.

Ogum irradia em linha reta (irradiação contínua).

Xangô irradia em linha reta (irradiação contínua).

Iansã irradia em espirais (irradiação circular).

Egunitá irradia por propagação (irradiação propagada).

Xangô polariza com Iansã e suas irradiaçõe passivas se tornam ativas no ar (raios); Egunitá polariza com Ogum e suas irradiações por propagação magnética assumem a forma de fachos flamejantes.

Observem que a Lei e a Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos que envolver Ogum, Xangô e Iansã, que são os outros três orixás que também se polarizam e criam campos específicos de duas das sete linha de Umbanda. Ela é cósmica (negativa) e seu primeiro elemento é o fogo, que se polariza com seu segundo elemento, que é o ar. Portanto, como o fogo é o elemento da linha da Justiça, ela é uma divindade que aplica a Justiça Divina na vida dos seres.

E porque o ar é seu segundo elemento, que a alimenta e energiza e é o elemento da linha da Lei, ela é uma divindade que aplica a justiça como agente ativa da Lei e consome os vícios emocioniais e os desequilíbrios mentais dos seres. Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilíbrios mentais os transformam em tormentos para seus semelhantes.

A Orixá Egunitá, como irradiadora da chama cósmica e purificadora da Justiça Divina, atua sobre os seres movidos por paixões avassaladoras e os incandesce até um ponto em que começam a consumir a si próprios. Quanto aos desequilibrados mentais, Egunitá retira todo o calor (energia ígnea) do corpo energético do ser e ele se resfria de imediato, tornando-se frio e escuro (egun).

Mas os eguns paralisados por Egunitá não são os do Tempo, pois trasnformam-se em espíritos sofredores sem chegar ao grau de espectros totalmente vazios. Egunitá retira deles apenas calor e os deixa com um frio paralisante, enquanto Oyá tempo retira deles todas as energias e os deixa vazios.

Enfim, cada orixá atua de uma forma e é responsável por um dos aspectos da vida dos seres. Uns atuam nos aspectos da Fé, outros nos aspectos do Conhecimento, outros nos da Lei e outros da Justiça, etc.

Mas, aqui, estamos descrevendo os aspectos mais internos ou ocultos dos Sagrados Orixás. E não o fazemos a partir das lendas sobre eles, transmitidas oralmente de pai para filho, naquilo que constitui o saber mítico possível de ser conservado no decorrer do tempo.

Pesquisando livros de vários autores, importantíssimos para o entendimento dos orixás, só encontramos Egunitá sendo descrita como uma das qualidades de Iansã.

Aqui, não vamos questionar algo que tem sido útil durante milênios, mas sim separar uma Divindade do Fogo (Egunitá) de uma Divindade do Ar (Iansã) e descrevê-la segundo a Ciência Divina dos Orixás, que nos revela ela ígnea e se expandindo (irradiando sua energia) pelo elemento ar (energia eólica).

Egunitá tem toda uma forma de ser cultuada, oferendada e firmada.
  • Deve ser cultuada a partir da sua natureza justiceira (ígnea).
  • Deve ser oferendada individualmente.
  • Deve ser firmada em elementos da natureza associados ao fogo, inclusive a cor da sua vela votiva é laranja (em substituição a sua cor dourada).

Suas frutas são: laranja, abacaxi, uva, caqui, tamarindo, etc., e todas as frutas ácidas, sempre depositadas sobre um pano dourado ou alaranjado, que deve ser circulado com velas de cor laranja e vermelha...

Eu mesmo recorro muito à minha mãe do fogo divino, a nossa Orixá Egunitá, quando preciso cortar magias negras, consumir energias negativas em lares ou com as pessoas que atendo e mesmo para cortar atuações de eguns. E sempre ela responde imediatamente e de forma fulminante.

Seu fogo consumidor dos vícios e dos negativismos é temidíssimo pelos seres que habitam nas faixas vibratórias negativas, pois ele se alimenta das energias negativas que eles geram e irradiam.

Entendam que se em uma linha ar e fogo se polarizam para aplicar a Lei (Ogum-Egunitá) e em outra fogo e ar (Xangô-Iansã) se polarizam para aplicar a Justiça, é porque tanto o fogo e o ar quanto a Justiça e a Lei não são antagônicos e sim complementares. O fogo, em verdade, não consome ou anula o ar, mas tão somente o expande ou o faz refluir.

A justiça não anula a Lei, mas sim dota-a de recursos legais (jurídicos) para que possa agir com mais desenvoltura. E a Lei não anula a Justiça, mas sim dota-a com recursos para que possa se impor onde injustiças estejam sendo cometidas.

Fogo e Ar – Justiça e Lei, eis aí dois elementos que se complementam e duas linhas de Umbanda que são indissossiáveis.

No elemento fogo puro ou elemental, Egunitá está assentada em seu pólo negativo, não irradiante, atraente e devorador dos vícios e desequilíbrios energéticos.

Já na linha de forças da Lei, regida por Ogum, ela se mostra como o fogo misto (areado). E, assentada em seu pólo negativo, consome os vícios emocionais e os desequilíbrios mentais surgidos após o ser desvirtuar os princípios da Lei, que são de natureza aérea. E se o ar que anima os princípios puros na vida do ser (Lei) tornou-se viciado (distorcido), então será Egunitá (o fogo que devora) que irá consumir todos os vícios e paralisá-lo (ar) até que novo ar puro (novos princípios) volte a arejar sua vida.

As divindades têm uma função a realizar e nós sempre seremos beneficiários e sua atuação. Quando nos paralism, também estão nos ajudando, pois evitam que continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um ponto sem retorno.

Retirado do Livro: Orixás – Teogonia de Umbanda – Rubens Saraceni – Editora Madras  

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Resultado do Tratamento de Vítima de Magia Negativa feito com a Radiestesia e os Orixás PlanetáriosOrixás

Acabei de receber um email de uma pessoa que foi tratada com a Radiestesia e os Orixás, ela foi alvo de uma magia negativa que gerou um tumor classificado como maligno pelos médicos, entrou em tratamento clínico, fizemos o trabalho com a Radiestesia e os Orixás, a magia negativa foi diluída no astral, mas já havia comprometido os corpos sutis, foi feita uma cirurgia espiritual removendo os elementais negativos e o órgão energético comprometido, foi retirado uma réplica do órgão do corpo búdico e acoplado no mesmo local, fizemos ainda a aplicação de algumas magias, e novos exames foram feitos e os médicos disseram que o tumor que a princípio era maligno não é mais, foi classificado como um adenoma atípico, e cabe somente tratamento com remédios para que não haja nenhuma evolução. Por isso é importante o nosso comprometimento para que as entidades intercedam por nós.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Como na Radiestesia e Radiônica com os Orixás Planetários trabalhamos com as Magias Negativas

... - Saibam que uma vibração mental é ilimitada no espaço e só sofre limitações quanto ao tempo? Ela durará enquanto durar o sentimento que a alimenta continuamente e a sustenta, mesmo quando o ser dorme para a carne e desperta para o espírito. É na mente espiritual, ou no mental inferior, que se localizam as fontes geradoras de energias alimentadoras de todas as vibrações negativas...” 


Precisamos entender que a energia de uma magia negativa é atemporal ou seja ela ultrapassa o tempo e o espaço, e pode nos acompanhar vidas e mais vidas, porque o que deu origem a uma magia negativa não foi só apenas os materiais que foram utilizados para a confecção da mesma, mas a energia mental que foi gerada antes de se reunir os materias para se fazer a magia. Os objetos podem se diluir com o tempo mas o padrão mental que a gerou não, “... é fundmental que saiba como bloquear essas fontes geradoras de energias negativas que, mais e mais, alimentam os sentimentos negativos de alguém, que começa a vibrar por causa de um desejo não realizado...”

Quando somos alvos de uma magia negativa muitas vezes somos atingidos na nossa vida material, na nossa vida familiar e no nosso corpo material através da manifestação de doenças como tumores, cancêres, acidentes inesperados, quedas inesperadas e como consequência podemos apresentar um quadro clínico inexplicável que nem os médicos são capazes de explicar como aquela lesão foi gerada, pois dependendo dos elementos que foram utlizados na magia negativa, podemos ter nossos órgãos afetados, pois cada chackra é ligado a um dos 4 elementos, e temos os nossos órgãos físicos ligados e energéticamente aos nossos chackras, que á partir do momento que são afetados geram desequilíbrios em nosso corpo físico.

Sabemos que podemos desencarnar como consequência da magia negativa que foi feita contra nós, mas se ela não foi diluida ou desmanchada, seremos acompanhados por ela vidas e mais vidas até que em determinado momento e por nosso merecimento “alguém” em condições e com as ferramentas necessárias dilua essa energia negativa de vidas passadas.

A magia negativa gerada contra uma pessoa afeta principalmente a sua vida espiritual, temos no astral a manifestação dos nossos corpos sutis, e temos ainda as nossas defesas espirituais manifestadas em outras dimensões e realidades que não a física na qual nos encontramos. Na maioria das vezes temos nossas defesas espirituais destruidas e por conta dessa situação ficamos vulneráveis não somente no astral mas do lado material da vida. Temos como defesas no astral nosso triangulo de forças, nosso pentagrama, nosso hexagrama, nossas armas sagradas, nosso octograma, etc. Que são afetadas pelas magias negativas que são feitas contra nós. Essas defesas estão ligadas a Divindades Planetárias e no trabalho desenvolvido na Radiestesia e Radiônica com os Orixás Planetários temos como bloquear, desativar, anular e tranformar essas fontes de energias negativas em positivas e ainda reconstruirmos todas as nossas defesas afetadas por elas. 


Muitas vezes nascemos e ainda temos a nos acompanhar essas energias, e a nossa vida presente sem nenhuma explicação lógica está recheada de infortúnios e de bloqueios energéticos que se refletem na nossa saúde, na nossa vida material, emocional e mental. Podemos também estar sendo alvos de retornos energéticos de magias negativas feitas por nós nessa vida e em vidas passadas, mas muitas vezes após termos passado por tantos infortúnios e tendo aprendido com a dor podemos sim ser alvos da misericórdia Divina. E mediante nossa conscientização dos erros praticados e do nosso arrependimento a Divindades nos abrem a possibilidade de corrigirmos os nossos erros e diluirmos as energias negativas geradas por nós e com isso não somente nós nos beneficiamos, mas a nossa família que de certa maneira nos dá o apoio necessário para o devido resgate que estamos fazendo nessa vida.   

domingo, 12 de junho de 2011

5a. Linha de Forças Divinas ou Irradiação da Lei

Olorum gera de Si mesmo uma qualidade ordenadora de tudo e de todos, inclusive de Sua geração divina.

Nessa sua qualidade ordenadora Ele gerou Ogum, que é em si mesmo essa qualidade divina de Olorum.

Ogum é sinônimo de Lei Maior, ordenação divina e retidão em todos os sentidos, porque é unigênito e gerado na qualidade ordenadora do Divino Criador.

Ogum não pode ser dissociado da Lei Maior, pois é a Divindade que a aplica em tudo e em todos. Ele é a ordenação divina em si mesmo: ele ordena a fé, o amor, o conhecimento, a justiça, a evolução e a geração, por isso está em todas as outras qualidades divinas.

Ogum, por ser unigênito e ser em si mesmo a ordenação divina, gera em si e de si.

Na sua geração em si ele gera suas hierarquias. Na sua geração de si ele gera sua qualidade, a qual transmite aos seus filhos.

Já comentamos antes, mas vale a pena repetir:
Ogum é a força que ordena tudo e todos, e tanto está presente na estrutura de um átomo, ordenadíssima, como na estrutura divina do Universo, divinamente ordenado.

Sua qualidade ordena a evolução e por isso ele é tido como o senhor dos caminhos (das vias evolutivas).

Seu outro aspecto divino é o de aplicador “religioso” da Lei Maior, que independe de nós para aplicá-la e atuar em nossa vida, pois basta sairmos do caminho reto para sermos tolhidos pelas suas irradiações retas e cortantes.

Suas irradiações retas são simbolizadas por suas sete lanças, e as cortantes são simbolizadas pelas suas sete espadas.

Sua proteção “legal” é simbolizada pelos seus sete escudos, etc.

Ogum é em si mesmo a qualidade ordenadora e a divindade aplicadora dos princípios da Lei Maior.

Ele é o eólico e polariza com Egunitá, orixá do fogo e consumidor dos vícios e dos desequilíbrios.

Egunitá é muito mais conhecida como uma das qualidades de Iansã que como uma divindade do fogo cósmico, porque as lendas a definiram como uma Iansã. Mas isso não é tudo porque ela é fogo em seu primeiro elemento e o expande no “ar” de Ogum, que é o ordenador. Nele ela é o raio que, onde cair, consumirá tudo à sua volta.

Uma das dificuldades de interpretarmos os orixás só a partir do legado mitológico africano é por causa dessa indefinição orixá ocupado por cada um. Então, juntaram vários orixás ao redor de um para facilitar o entendimento. Mas nós não nos guiamos só pelas lendas e recorremos à ciência divina, que nos ensina Egunitá é uma divindade ígnea, consumidora dos vícios dos desequilibrados.

Saibam que, quando evocamos Ogum para atuar em nosso favor e nos defender das investidas dos seres desequilibrados – poucos sabem disso – suas hierarquias luminosas ativam seus pares opostos assentados nos pólos magnéticos negativos, ativos e cósmicos da irradiação da Justiça Divina, cujos magnetismos são esgotadores dos desequilíbrios, das injustiças e do irracionalismo.

Como a Justiça Divina é o fogo que purifica os sentimentos desvirtuados, então surge uma divindade cósmica ígnea, que é em si mesma o fogo da purificação dos viciados e dos desequilibrados: Egunitá!

Esta divindade cósmica da Justiça Divina é em si mesma o fogo da purificação. Ela é unigênita porque foi gerada nessa qualidade cósmica do Divino Criado Olorum, e tanto gera em si como gera de si.

Então temos, na Umbanda, Egunitá, orixá cósmica consumidora dos vícios e dos desequilíbrios; purificadora dos meios ambientes religiosos (templos), das casas (moradas) e do íntimo dos seres (sentimentos).

Egunitá é orixá ígnea, de magnetismo negativo, seu fogo é cósmico e consumidor, enquanto o de Xangô é universal e abrasador.

O fogo de Xangô aquece os seres e os torna calorosos, ajuizados e sensatos.

O fogo de Egunitá consome as energias dos seres apaixonados, emocionados, fanatizados ou desequilibrados, reduzindo a chama interior de cada um (sua energia ígnea) a níveis baixíssimos, apatizando-os, paralizando-os e anulando seus vícios emocionais e desequilíbrios mentais, sufocando-os.

Olorum gera em si o fogo consumidor, que é uma de Suas qualidades, pois é cósmico, está espalhado por toda a sua criação, e onde surgir um desequilíbrio, o próprio magnetismo negativo do ser desequilibrado já começa a atrair, condensar e acumular esse fogo consumidor que, quando atingir seu ponto de incandescência consumista, o esgotará e o anulará.

Saibam que Egunitá é em si esse fogo cósmico que está em tudo o que existe, mas diluído. E para ela atuar em nossa vida não depende de nós, mas tão somente que nos tornemos “irracionais” apassionados e desequilibrados.
Na Umbanda, ela deve ser evocada para purificar os seres viciados, as magias negras, as injustiças, etc.

Resumimos Ogum e Egunitá assim:
  • Ogum é a ordenação divina e a lei que rege a vida dos seres.
  • Egunitá é a divindade cósmica da justiça que polariza com Ogum e é, em si mesma, o aspecto punitivo da Lei Maior regida por ele.


Ogum

Ogum é o orixá da Lei e seu campo de atuação é a linha divisória entre a razão e a emoção. É o Orixá Regente das milícias celestes, guardiãs dos procedimentos dos seres em todos os sentidos.

Ogum é sinônimo de lei e de ordem e seu campo de atuação é a ordenação dos processos e dos procedimentos.

O orixá da Lei é eólico e ao irradiar-se, cria a linha pura do ar elemental, já com dois pólos magnéticos ocupados por orixás diferenciados em todos os aspectos. O pólo magnético positivo é ocupado por Ogum e no negativo está Iansã.

Esta linha eólica pura dá sustentação há milhões de seres elementais do ar até que eles estejam aptos a entrar em contato com seu segundo elemento. Uns têm como segundo elemento o fogo, outros tem a água, etc.

Portanto, na linha pura do “ar elemental” só temos Ogum e Iansã como regentes.

Mas se esses dois orixás são aplicadores da Lei (porque sua natureza é ordenadora), então eles se projetam e dão início às suas hierarquias naturais, que são as que nos chegam pela Umbanda.

Os orixás regentes “dessas hierarquias” de Ogum e Iansã são orixás intermediários ou regentes dos níveis vibratórios da linha de forças da Lei.

Saibam que Oxalá tem sete orixás intermediários positivos, outros sete negativos, que são seus opostos, e sete orixás neutros; Oxum tem sete orixás intermediárias positivas e tem outras sete negativas, que são suas opostas, Oxóssi tem sete orixás intermediários positivos, sete negativos, que são seus opostos e sete outros que formam uma hierarquia vegetal neutra fechada ao conhecimento humano material; Xangô tem sete orixás intermediários positivos e sete negativos, que são seus opostos. E o mesmo acontece com Obaluaê e Iemanjá.

Agora, Ogum e Iansã são os regentes do Mistério Guardião e suas hierarquias não são formadas por orixás opostos em níveis vibratórios e pólos magnéticos opostos, como acontece com os outros. Não, senhores!

Ogum e Iansã formam hierarquias verticais retas ou sequênciais, sem quebra de “estilo”, pois todos os Oguns, sejam regentes dos pólos positivos, dos neutros ou tripolares ou dos negativos, atuam da mesma forma e movidos por um único sentido: aplicadores da Lei!

Todo Ogum é um aplicador natural da Lei e age com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois não permite uma conduta alternativa.

Onde estiver um Ogum, lá haverá os olhos da Lei, mesmo que seja um “caboclo” de Ogum, avesso às condutas liberais dos frequentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.

Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.

A hierarquia reta de Ogum, dentro da Umbanda, é composta de vinte e um Oguns intermediários regentes dos pólos magnéticos.
  • Sete pólos são positivos.
  • Sete pólos são negativos, mas não são opostos aos positivos.
  • Sete são tripolares e assentados na faixa neutra, que é horizontal.

Cada um desses sete Oguns tripolares assentados na faixa neutra, cada pólo está em sintonia vibratória com uma das sete linhas de forças verticais e são eles que direcionam os seres elementais, encantados, naturais e mesmo os espíritos da dimensão humana da evolução.

São multidimensionais e estão (projetam-se) em todas as faixas neutras, sejam elas puras, bi, tri, tetra ou pentaelementais.

As hierarquias desses sete Oguns naturais intermediários tripolares são gigantescas e impossíveis de ser quantificadas por causa do imenso número de seres incorporados a elas.

Só para que tenham uma idéia do que estamos comentando, saibam que o tripolar Ogum da “Água” projeta-se em Ogum Marinho, Ogum Sete Ondas e Ogum Beira-Mar. O Ogum da “Terra” projeta-se em Ogum-Megê, Ogum das Passagens e Ogum de Ronda. O Ogum dos “Minerais” projeta-se em Ogum das Pedras, Ogum do Ferro e Ogum Sete Correntes (minerais).

Vamos parar por aqui, pois já viram como se desdobram estes sete Oguns tripolares.

Saibam que eles se projetam na horizontal (direita-esquerda) e na vertical (para cima e pra baixo), e encaminham os seres que tem que ser direcionados para uma dessas direções a partir das faixas neutras.

Dizemos que Ogum é sinônimo de Lei e de Ordem porque ele tanto aplica a Lei quanto ordena a evolução dos seres, não permitindo que alguém tome uma direção errada. Por isso ele é chamado “O Senhor dos Caminhos” (das direções).

E o mesmo acontece com Iansã, pois ela também é aplicadora da Lei e ordenadora dos seres. Só que ela é maleável e também atua pelo emocional dos seres.

Bem, já comentamos que Ogum forma uma hierarquia reta ou sequencial, pois a Lei é reta e rígida onde quer que seja. Ogum não julga nada nem ninguém, pois essa atribuição é de Xangô. Ele apenas aplica os princípios da Lei e ordena (direciona) os seres, e ponto final! Iansã é Lei e é mãe, portanto é maleável até certo ponto e atua no emocional dos seus “filhos”. Já Ogum, bem, ele é pai e é rigoroso ao extremo com seus “filhos”. É sua natureza reta, e assim ele é.

Vamos mostrar os Oguns dos pólos positivos, os Oguns da faixa neutra e os Oguns das faixas negativas, pois as hierarquias do orixá maior Ogum não são formadores de pólos magnéticos opostos, mas sim seqüenciais.

Saibam que a Lei é reta e tudo o que for “oposto” a ela deve ser anulado por Ogum, pois a Lei é ordem em todos os sentidos.

Vamos às hierarquias intermediárias retas do orixá Ogum:
  • 1o. Ogum: é o Ogum Cristalino ou Ogum da Lei e da Fé. Ele surge no 1o. Pólo magnético positivo, formado pela corrente eletromagnética cristalina regida pelo orixá Oxalá (orixá da Fé).
  • 2o. Ogum: é o Ogum Mineral ou Ogum da Concepção e do Amor. Ele surge no 2o. Pólo magnético positivo, formado pela corrente eletromagnética mineral regida pela Orixá Oxum (orixá do Amor e da Concepção).
  • 3o. Ogum: é o Ogum Vegetal ou Ogum do Conhecimento. Ele surge no 3o. Pólo magnético positivo, formado pela corrente eletromagnética vegetal, regida pelo orixá Oxóssi (orixá do Conhecimento).
  • 4o. Ogum: é o Ogum do Fogo ou Ogum da Justiça. Ele surge no 4o. Pólo magnético formado pela corrente eletromagnética ígnea regida por Xangô (orixá da Justiça).
  • 5o. Ogum: é o Ogum Eólico ou Ogum do Ar ou Ogum da Lei. Ele surge a partir do 5o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética eólica regida pelo orixá Ogum (orixá da Lei).
  • 6o. Ogum: é o Ogum Telúrico ou Ogum da Evolução. Ele surge no 6o. Pólo magnético positivo, formado pela corrente eletromagnética telúrica regida pelo orixá Obaluaê (orixá da Evolução).
  • 7o. Ogum: é o Ogum Aquático ou Ogum da Geração. Ele surge a partir do 7o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética aquática regida pela orixá Iemanjá (orixá da Geração).

Os sete Oguns tripolares atuam nas faixas neutras nas quais se iniciam ou se processam os estágios da evolução.

Todas as dimensões possuem uma faixa vibratória chamada de neutra porque é ali que os seres estacionam por muito tempo e a partir dela desenvolvem uma natureza posiiva, negativa ou neutra.
  • Positiva = passiva
  • Negativa = ativa
  • Neutra = pode se direcionar para onde desejar

Lembrem-se de que natureza não é energia ou magnetismo.

Bem, o fato é que esses sete Oguns estão assentados em Orixás Energéticos tripolares e formam a hierarquia horizontal do Divino Guardião da Lei, o orixá Ogum, e se multiplicam por três, formando a hierarquia divina denominada de “Vinte e Um Guardiões da Lei”.

Os Oguns intermediários que atuam no Ritual de Umbanda Sagrada saem dessa hierarquia, pois os espíritos ou seres humanos são tripolares, ou seja, trazem em seu mental um pólo magnético positivo, um negativo e um neutro. Por isso somos vistos pelos orixás como seres muito especiais. Afinal, trazemos em nosso mental a capacidade de reagir às situações mais adversas possíveis, desde que nos mantenhamos em equilíbrio emocional, magnético, energético e vibratório.

Os seres que mais se aproximam de nós são os naturais tripolares (Oguns e Iansãs naturais) e os Exus e Pombagiras naturais, que são neutros e negativos.

Os Exus e Pombagiras naturais, caso não saibam, são seres que não desenvolvem o magnetismo positivo e passivo e por isso são direcionados para dimensões distintas da dimensão humana, uma vez que já lhes falta esse nosso magnetismo positivo passivo e “racional”.
  • O magnetismo mental negativo é emocional.
  • O magnetismo mental positivo é racional.
  • O magnetismo neutro é equilibrador dos dois outros pólos magnéticos.

Esses sete Oguns intermediários junto com as sete Iansãs intermediárias tripolares formam a mais numerosa hierarquia divina que existe em nosso multidimensional planeta Terra.

Vamos denominá-los só com o nome dos elementos nos quais atuam. Mais que isso não nos é permitido revelar.

  • 1o. Ogum tripolar – Ogum do Cristal (Ogum Matinata)
  • 2o. Ogum tripolar – Ogum do Mineral (Ogum das Cachoeiras)
  • 3o. Ogum tripolar – Ogum do Vegetal (Ogum Rompe-Matas)
  • 4o. Ogum tripolar – Ogum do Fogo (Ogum de Lei)
  • 5o. Ogum tripolar – Ogum do Ar (Ogum Ventania)
  • 6o. Ogum tripolar – Ogum da Terra (Ogum Megê)
  • 7o. Ogum tripolar – Ogum da Água (Ogum Marinho)

Agora vamos dar os sete Oguns cósmicos ou que atuam nos pólos magnéticos que surgem do entrecruzamento das linhas de forças verticais (irradiações) com as correntes eletromagnéticas (vibrações).

  • 1o. Ogum cósmico: é o Ogum do Tempo e surge no 1o. Nível vibratório negativo, onde surge o 1o. Pólo magnético negativo, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética cristalina negativa, regida pela orixá Oyá Tempo (orixá do Tempo e da Religiosidade).
  • 2o. Ogum cósmico: é o Ogum Sete Cobras ou Sete Caminhos. Ele surge no 2o. Pólo magnético negativo, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética mineral negativa, regida pelo orixá Oxumaré (orixá da Renovação ou Sexualidade).
  • 3o. Ogum cósmico: é o Ogum Rompe-Solo. Ele surge no 3o. Pólo magnético, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética telúrica negativa, regida pela orixá Obá (orixá do Conhecimento).
  • 4o. Ogum cósmico: é o Ogum Rompe-Nuvens. Ele surge no 4o. Pólo magnético negativo, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética negativa, regida por Iansã (orixá da Lei).
  • 5o. Ogum cósmico: é o Ogum Corta-Fogo. Ele surge no 5o. Pólo magnético negativo, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética ígnea negativa, regida pela orixá Egunitá (orixá da Justiça).
  • 6o. Ogum cósmico: é o Ogum Sete Lagoas. Ele surge no 6o. Pólo magnético negativo, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética negativa, regida por Nanã Buruque, que é uma orixá mista (terra-água) e é a regente do pólo negativo da linha da Evolução.
  • 7o. Ogum cósmico: é o Ogum Naruê. Ele surge a partir do 7o. Pólo magnético negativo, formado pelo entrecruzamento da corrente eletromagnética telúrica negativa, regido pelo orixá Omulu, orixá regente do pólo negativo da linha da Geração.

Esses sete Oguns cósmicos atuam nas faixas vibratórias negativas como ordenadores dos seres que optaram pela evolução cósmica, absorvente, concentradora e monocromática. Esses seres não são irradiadores de luzes coloridas, mas têm uma cor concentrada e seus densos magnetismos os tornam retos nos procedimentos e eles só se desenvolvem em um os sete sentidos capitais.

Esses Oguns assumiram, na Umbanda, a missão de formar linhas de “Exus de Lei”, compostas, por espíritos humanos caídos nas trevas humanas ou faixas vibratórias negativas da dimensão humana.

Agregados a essas linhas de “Exus de Lei”, milhões de espíritos humanos, afastados da faixa neutra e paralisados nos níveis vibratórios negativos, puderam retornar, ordenadamente e jungidos aos mistérios cósmicos da divindade “X”, que lhes dá sustentação enquanto se mantiverem nos limites reservados a eles pela lei (Ogum).

A divindade “X” (inominada) é um orixá cósmico que rege a dimensão negativo-neutra onde vivem os Exus naturais. O divino guardião cósmico dessa dimensão natural e guardião dos mistérios da divindade X é Me-hór-iim-yê ou Mehór yê, o guardião cósmico que polariza com o divino Ogum nos pólos masculinos da linha de forças que forma o mistério “Guardião da Lei”.

Em livros anteriores já abordamos o mistério Mehór yê, assim como o seu pólo correspondente feminino, que é a divina Ma-hór-iim-yê, ou Mahór yê, que é a divindade cósmica que polariza com a Orixá Oxum. Mahór yê rege sobre os desejos e o mistério “Pombagira de Lei”, fundamentado nos seres femininos que só desenvolveram o magnetismo mental neutro e o negativo.

Mais que isso não podemos revelar sobre os orixás cósmicos, sejam os Oguns ou qualquer outro. Saibam que as linhas de Lei mistas, cujos caboclos e Exus respondem pelos mesmos nomes simbólicos que demos aos orixás Oguns intermediários regentes dos pólos magnéticos negativos, são regidos por orixás Oguns intermediadores cósmicos, que respondem pelos nomes e são bipolares, e atuam tanto na direita (caboclos) quanto na esquerda (Exus). Mas esses Oguns cósmicos intermediadores só atuam nas linhas horizontais (direita e esquerda) e nunca nas linhas verticais (alto e embaixo).

Saibam que esses Oguns bipolares (positivos e negativos) serviram como modelo para o Ritual de Umbanda Sagrada quando ele foi idealizado, para acelerar a evolução espiritual por meio de um processo religioso que desembocou no surgimento da Umbanda no plano material. No triângulo da Umbanda, em uma de suas interpretações (já há outras), no alto está o orixá, á direita estão os (as) caboclos (as) e à esquerda estão os Exus (Pombagiras).

Já comentamos tudo o que foi permitido sobre o orixá Ogum. Logo, leiam e releiam com atenção tudo o que aqui está colocado e temos certeza de que muitos mistérios fechados, até agora, começarão a abrir-se para vocês, os estudiosos dos mistérios “Orixás”, os Orixás Regentes da evolução dos seres, das criaturas e das espécies.

Retirado do Livro: Orixás – Teogonia de Umbanda – Rubens Saraceni – Editora Madras